segunda-feira, 14 de setembro de 2009

CIDADE DESCONHECIDA

No âmbito do estudo do conto “Saga”, de Sophia de Melllo Breyner Andresen falou-se da....

... Cidade Desconhecida

Hans era um rapaz de catorze anos que morava no interior da ilha de Vig. O seu sonho era ser marinheiro e capitão de um navio, tal como os tios e avós, mas o seu pai, Sören, não queria que ele fosse marinheiro.
Em Agosto um cargueiro inglês chamado “Angus”, vindo da Noruega que seguia para sul, chegou a Vig. O seu capitão era um homem de barba ruiva e aspecto terrível. Foi no “Angus” que Hans fugiu de Vig, como grumete. Primeiro navegaram com bom tempo e depois atravessaram tempestades.
Contornaram a terra e navegaram para Sul e chegaram a uma cidade e ali ficaram durante alguns dias. Na luz vermelha do poente a cidade parecia carregada de memórias, antiga, escura e ao mesmo tempo tudo era encantador.
Quando o navio atracou na cidade, Hans sentiu a “… respiração rouca da cidade, tinha um colorido intenso e sombrio, os arvoredos eram murmurantes e espessos, o rio tinha um verde espelhado. Na estrada que corria junto às margens viam-se bois enfeitados e vermelhos, puxando carros de madeira que chiavam sob o peso de pipas, pedra e areias.”
O navio demorou-se vários dias no cais. Certo dia houve uma briga entre Hans e o capitão e nessa madrugada Hans abandonou o navio em segredo.
Hans caminhou ao a coso na cidade desconhecida, o som das palavras estrangeiras era para ele um obstáculo. Hans, perdido no meio dos diferentes rostos e cheiros, caminhou ao longo do rio. Penetrou nas igrejas de azulejo e talha que não eram claras e frias como as igrejas do seu país, mas eram doiradas e sombrias. Ao anoitecer dormiu nos degraus de uma escada, parecendo-lhe que as noites eram mornas e transparentes.
Ao fim de cinco dias, Hans foi encontrado por um inglês chamado Hoyle e tornaram-se amigos. Hoyle inscreveu Hans na escola, onde este aprendeu tudo sobre navios e o mar.
Hans lutou pelo seu sonho e mais tarde fundou a sua própria firma. Os anos foram passando e a sua riqueza continuava a crescer. Multiplicaram também o número dos seus barcos e a extensão dos seus negócios.
Hans parecia estar já bem integrado na Cidade onde outrora tinha vagueado como estrangeiro. Conhecia os notáveis de burgo onde ele próprio era um deles. Amava os rios, os granitos das casas, as enormes tílias inchadas de brisa, as cameleiras de folhas polidas que floriam desde Novembro até Maio. As suas viagens multiplicaram, mas cansou-se, pois eram só viagens de negócios. Ainda faltava cumprir o seu sonho...




Os jardins onde sob enormes arvoredos se abriam trémulos junquilhos.


Mónica - 8ºD








Escrever uma página de um diário...

A Vida de Hans na Cidade Desconhecida


Querido diário.
Cheguei ao cair de uma tarde, a uma cidade situada numa barra estreita de um rio esverdeado e turvo de margens cavadas. À esquerda, o casario era branco, amarelo e vermelho misturado com os escuros granitos.
Desde o primeiro momento que cheguei à cidade, fiquei espantado com tudo o que lá havia, era tudo tão belo!
A tripulação esteve vários dias no cais, mas no dia da véspera da partida tive uma discução com o capitão, o que me levou a abandonar o navio, em segredo.
Estava perdido, a língua que eu falava era estranha nesta cidade, até que a minha força de sobrevivência tinha-se esgotado e foi então que um inglês chamado Hoyle encontrou-me e abrigou-me em sua casa.
Hoyle levou-me ao centro da cidade e comprou-me roupas que necessitava e também papel e caneta. A razão de me ter comprado papel e caneta foi para escrever à minha família a pedir perdão pela dor que os causei pela separação. Falei das minhas razões e das minhas aventuras. Prometi que um dia voltaria a Vig e seria capitão de um navio.
Passados alguns meses a minha mãe respondeu dizendo que eu os tinha abandonado e que o meu pai pedia que não voltasse a Vig, pois não me receberia. Com esta notícia passei noites em claro numa profunda trisreza.



Leonor Gonçalves, 8º D
20008/2009

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