segunda-feira, 14 de setembro de 2009



Sexta-Feira ou a Vida Selvagem, de Michel Tournier

Robinson partiu com a tripulação para a América do Sul, deixando a sua família. Tudo corria bem até que houve uma tempestade e o barco naufragou.
Robinson, o único sobrevivente da Virgínia, acordou deitado numa praia de uma ilha deserta. Alimentou-se de ovos, ananás selvagem, marisco, cocos e rebentos de plantas. Ele tinha esperança que um barco aparecesse à sua procura, mas passaram dias e dias e nada. Resolveu então construir um barco, foi buscar algumas ferramentas ao Virgínia, antes que se afundasse por completo e meteu mãos à obra. Meses depois deu por terminado o barco, mas tinha lhe escapado um pormenor, que se tornara num grande problema. Construiu o barco numa falésia alta e não tinha força de o empurrar para a água. Com este desgosto, meteu-se numa poça de lama, lá imaginava-se bebé num berço e pessoas a olharem para ele, passou lá horas e horas.
Com o tempo compreendeu que a lama só lhe fazia mal e que a única solução era o trabalho. Construiu uma espécie de casa e semeou cereais, arroz, criou também leis para a ilha a quem deu o nome de Speranza (Esperança).
Alguns dias depois apareceu o seu cão Tenn que sobreviveu no naufrágio do Virgínia.
Passaram-se anos e nenhum barco aparecia no horizonte, até que um dia, Robinson salvou um índio que estava a ser perseguido por outros, era acusado de algum mal que afectou a sua tribo, uma tempestade, morte ou simplesmente uma má colheita.
Robinson deu-lhe o nome de Sexta-Feira e tornaram-se amigos.
Robinson era o amo de Sexta-Feira, logo mandava em Sexta-Feira que por sua vez obedecia grato por este lhe ter salvado a vida.
Assim foi durante muitos anos até que um dia houve uma explosão e toda a colheita e alimentos que estavam armazenados foram pelo ar. A partir daí era Sexta-Feira que comandava o “jogo”, tudo se tornou mais simples para os dois amigos.
Passaram anos e anos e os amigos viviam felizes na sua pequena ilha Speranza, até que para seu espanto receberam visitas. Robinson reconheceu logo a bandeira inglesa. Depois de algum tempo de conversa descobriu que estavam no dia 22 de Dezembro de 1787, ou seja já tinha passado vinte e oito anos após o naufrágio do Virgínia. Robinson recusou o convite do capitão para embarcar e resolveu ficar na ilha Speranza com Sexta-Feira.
No dia seguinte a tripulação do barco inglês já tinha partido e Robinson foi à procura de Sexta-Feira. Lembrou-se então o quanto Sexta – Feira ficou fascinado com o barco, concluiu desesperado, com medo da solidão, que Sexta-Feira devia ter partido com eles.
Robinson queria morrer e os abutres à sua volta tinham adivinhado o seu pensamento. Procurou a entrada da gruta e aí apercebeu-se que não estava só, o menino maltratado do barco tinha fugido para a ilha.
Robinson tinha encontrado forças para viver, Sexta-Feira ensinara-lhe a vida selvagem e partira, mas Robinson não estava só, tinha agora aquele menino com cabelos tão vermelhos como os seus, onde via um pequeno irmão que nunca tivera.

Tatiana Gomes, nº 10120, 8ºE
2008/2009

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